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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

SEVERINO ROCHA CARVALHO

 

(Nasceu em Pernambuco, reside no Espírito Santo, Brasil)

 

Autor de Estradas Sem Fim, romance, Prêmio Franklin Dória;
A Fome dos Outros – poema  (1986); Andorinha do Mar – poema (1986) publicados em antologias coletivas; e A Paz dos Homens,
poema , Menção Honrosa VII Concurso Nacional de Poesia, revista Brasília.

 

 

 

ESCRITORES BRASILEIROS 1986 - II.  Capa e    Coordenação Editorial: Christina Oiticica.  Rio de Janeiro, RJ: Crisalis Editora, 1986.  120 p. 
Exdoado pelo livreiro José Jorge Leite de Brito.

 

 

 A PAZ DOS HOMENS

 

 “Eu vos dou a minha paz”
E conservo o meu dinheiro
Meu jogo é meu tabuleiro
Celeiros, pedras, metais.

“Eu vos dou a minha paz”
E conservo a minha bomba.
Bomba! Bomba! Não mais Pomba.
A minha “Bomba” da Paz!

Eu vou ditar, das estrelas,
Os termos da “minha paz”.
A minha paz incontida
Nos campos dos arsenais
A minha paz explodida
Nos buracos colossais
A minha paz derramada,
Aragens, brisas letais...
“Eu vos darei minha paz”.

Eu vos “dei” a minha paz:
Paz adulta... paza menina...
Paz de uma rosa: Hiroshima!

Fé, Caridade, Esperança,
Têm que dançar minha dança
Que a minha dança é de paz.
“A Paz de Cristo”! “Shalom”!
A paz escura do “smog”
Discursos Gogue e Magogue

 

 Congresso de Armagedon.
Paz pra Humanidade inteira!
Poeira... de megaton!

Dar-vos-ei a paz que é “minha”
Minhas, também, as sementes,
Doutrinas e cereais.
Escolhereis tão somente
Entre a paz e a farinha.
Entre a farinha e a paz.

A paz de todas as gentes
A paz de todas as Frentes
Paz na fala dos canhões
É a paz dos inocentes
Úteis e das multidões
Que ouvem falar de paz...

Paz dos olhos, lagos, rios,
Das ogivas, dos pavios,
Onde a esperança se afunda.
“Paz e Amor”! “Paz Profunda”!

 De crianças, d´ouro ou de palha
O homem tece a mortalha
Pra quando vier ... A PAZ!!!

 

*

 

 

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Página publicada em abril de 2021

 

 

 
 
 
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