SEVERINO ROCHA CARVALHO
(Nasceu em Pernambuco, reside no Espírito Santo, Brasil)
Autor de Estradas Sem Fim, romance, Prêmio Franklin Dória;
A Fome dos Outros – poema (1986); Andorinha do Mar – poema (1986) publicados em antologias coletivas; e A Paz dos Homens,
poema , Menção Honrosa VII Concurso Nacional de Poesia, revista Brasília.
ESCRITORES BRASILEIROS 1986 - II. Capa e Coordenação Editorial: Christina Oiticica. Rio de Janeiro, RJ: Crisalis Editora, 1986. 120 p.
Ex. doado pelo livreiro José Jorge Leite de Brito.
A PAZ DOS HOMENS
“Eu vos dou a minha paz”
E conservo o meu dinheiro
Meu jogo é meu tabuleiro
Celeiros, pedras, metais.
“Eu vos dou a minha paz”
E conservo a minha bomba.
Bomba! Bomba! Não mais Pomba.
A minha “Bomba” da Paz!
Eu vou ditar, das estrelas,
Os termos da “minha paz”.
A minha paz incontida
Nos campos dos arsenais
A minha paz explodida
Nos buracos colossais
A minha paz derramada,
Aragens, brisas letais...
“Eu vos darei minha paz”.
Eu vos “dei” a minha paz:
Paz adulta... paza menina...
Paz de uma rosa: Hiroshima!
Fé, Caridade, Esperança,
Têm que dançar minha dança
Que a minha dança é de paz.
“A Paz de Cristo”! “Shalom”!
A paz escura do “smog”
Discursos Gogue e Magogue
Congresso de Armagedon.
Paz pra Humanidade inteira!
Poeira... de megaton!
Dar-vos-ei a paz que é “minha”
Minhas, também, as sementes,
Doutrinas e cereais.
Escolhereis tão somente
Entre a paz e a farinha.
Entre a farinha e a paz.
A paz de todas as gentes
A paz de todas as Frentes
Paz na fala dos canhões
É a paz dos inocentes
Úteis e das multidões
Que ouvem falar de paz...
Paz dos olhos, lagos, rios,
Das ogivas, dos pavios,
Onde a esperança se afunda.
“Paz e Amor”! “Paz Profunda”!
De crianças, d´ouro ou de palha
O homem tece a mortalha
Pra quando vier ... A PAZ!!!
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Página publicada em abril de 2021
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